quinta-feira, 26 de março de 2015

Aniversário de Porto Alegre


Há nove anos troquei as tardes úmidas cheirando a tabaco pelo frenesi de Porto Alegre, que já nem acho mais tão frenético assim... E hoje, minha Porto Querida Alegre, estás de aniversário.

Nossa relação já é tão íntima que até voltei a pedalar. Não mais uma aro 24, que era perfeita para minhas pernas curtas nas ruas da minha Santinha, mas uma bici grande, como grande é a exigência das tuas ruas movimentadas.

Já ando por aí à noite, até sozinha. Não pego mais ônibus errado. Não me choco mais com o fato de não enxergar a outra esquina por causa da quantidade de cabeças fechando minha visão.  Já perdi boa parte do meu sotaque, depois de tanta galhofa dos teus filhos.

Aprendi a frequentar e amar a Redenção. Meus sábados e domingos têm outro sabor quando estou jogada na grama, admirando teu povo, enquanto sorvo meu chimarrão.

Quando estou fora e me perguntam “de onde tu és?” eu digo que “sou de Porto Alegre!“ Porque és a cidade que escolhi pra superar meus desafios e realizar meus sonhos.

É verdade que eu seria mais feliz se a tua Protásio tivesse corredor até o fim. Se houvesse ciclovias sem fim... Se o teu Centro fosse mais bem cuidado. Se o teu Guaíba fosse livre de poluição. E, se as diferenças sociais não fossem tão gritantes entre os teus filhos. E nem vou falar do clima... Quatro estações em uma... Mas ainda assim, és a cidade que carrego no meu coração.

Porto Alegre, o aniversário é teu, mas o presente é meu. Parabéns pelos teus 243 outonos. Obrigada por estes nove em que me fizeste melhor.

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