Desde a primeira vez que viajei sozinha que sinto esse
fascínio pelo viajar. Lembro-me bem da sensação de entrar em um ônibus a noite,
na minha cidade, e pela manhã estar “tão longe” de casa. Sai do ônibus como
quem sai de uma máquina do tempo. Fiquei encantada. Era como se o mundo tivesse
se aberto pra mim. E eu para o mundo.
Fui para a cidade de Joinville, que é bem maior que Santa
Cruz do Sul. Não era o mundo, mas a sensação ficou dentro de mim. E foi essa
sensação que me levou a atravessar o Oceano Atlântico anos mais tarde.
Foi mágico entrar em um avião à noite, em Porto Alegre, e
ver a cidade lá embaixo me dizendo: vai e doe-se a essa aventura; e pela manhã
(que aí já era a tarde, pois eu viajei para o futuro) estava lá do outro lado
do mundo...
Estas experiências me fizeram entender que viajar é
relacionar-se. Doar-se. Doar o coração para novas aventuras, culturas e, o
melhor de tudo: pessoas. Pois a cada viagem que faço - curta ou longa, isso não importa - o que fica impresso na
memória e no coração são os encontros. As amizades que nos preenchem de amor e
ao mesmo tempo deixam um vazio pelo adeus de cada nova despedida.
Partire è un po’ morire... E chegar é sempre nascer de novo.
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