domingo, 4 de setembro de 2011

Belezas selvagens da Toscana



Longe de casa há uma semana, milhas e milhas distante... dos meus amores. Segunda-feira termina a mordomia e começam as aulas.

Mas hoje ainda é domingo. Acordei cedo. Encontrei o lugar onde ficam as bicicletas, tinha uma aro 24, perfeita para minhas pernas curtas. De um rosa nada discreto. Testei os freios, afinal seria muita tragédia morrer descendo uma das colinas do Vale do Arno. Não estão assim, uma Brastemp, mas para uma passeio curto e atenta para não pegar nenhuma descida muito íngrime das tantas lombas que têm por aqui, deu pra fazer un bel giro. Já estava com saudades de sentir o vento no rosto quando se desce uma lomba a bordo de uma bicicleta.

De fato, Loppiano é menor que Sinimbú. Mas é maior que a Redenção. As construções são distantes umas das outras. Tem muito espaço. Bastante silêncio. E troppo sole.

O solo está todo rachado. E as rachaduras são fundas. Parece que chove muito pouco por aqui. A grama, além de rala não é verde. E as pontas das árvores estão queimadas do sol.

Mas ainda assim, ao longo das estradinhas, videiras bem verdes e carregadas de cachos de uvas, plantações de oliva, pinheiros variados, pássaros, esquilos; vi um na hora que abri a janela do quarto esta manhã. E ontem a noite, na estrada, um coelhinho tão bonitinho cruzou assustado na frente da van.

Foi a primeira vez que vi um coelho solto. Sem que fosse o bicho de estimação de alguém. E esquilo, até hoje de manhã, só na TV. Ainda tem galos e suas galinhas e muitos pássaros que não conhecia o canto.

Espero sinceramente não ver os javalis. Disseram-se que têm hábitos noturnos e raramente se aproximam de Loppiano. Ahãm. Assim como os mosquitos não fazem nada, só te arrancam os pedaços das canelas. Eu já ouvi ao longe um guincho de porco. Pode saber que depois que escurecer não ponho meu nariz na rua se tiver que andar a pé, tô fora.

Ontem, Lia que já conhece bem as coisas por aqui, levou Valéria, a uruguaia e a mim até Incisa. Eu precisava desesperadamente de repelente e um calmante para passar onde já havia sido devorada. E Valéria queria fazer compras.

Uma bela caminhada morro abaixo, no meio do mato. Estrada em curvas e mato, curvas e mais mato. E o farfalhar das folhas denunciava a presença de alguns vários bichinhos, espero que todos fofos como o coelhinho e o esquilo. No fim da estrada, uma pequena fonte com água fresca era um convite a se refrescar.

Incisa e a região são banhadas pelo Rio Arno. Por isso in Val dall'Arno. Vale do Arno. Me lembrei do Arno Frantz, prefeito folclórico de Santa Cruz do Sul.

Ruelas estreitas. As casas com as portas direto na rua. Muitas escadas para dar acesso as ruas mais altas. Vasos de plantas mesmo nas áreas comuns e aquelas lixeiras novas de Porto Alegre em toda parte. De todas as cores, para todos os tipos de lixo. Inclusive na estrada que só tem mato. Aliás, em Roma também tem. Algumas pichadas e depredadas. Parece que vândalo maloqueiro não é exclusividade do terceiro mundo.

Vi carrinhos tão pequenos que parecem de brinquedo. Esperava o instante que ia dar de cara com o Mr. Bean, apesar de saber que ele não mora na Itália.

Estava preocupada de acabar engordando, já que o sorvete, a massa, o pão, o queijo e o vinho são deliciosos. Mas se toda vez que eu precisar de repelente ou qualquer outra coisa, tiver que ir a Incisa. Vou ficar magra como a Gisele Bünchen. Só não posso, toda vez, passar na sorveteria como fiz ontem, porque neste caso vou ficar igual ao Wagonho, mais conhecido por Wagner Machado :o)

p.s. 1 A janela do meu novo banheiro é tão grande que posso fazer cocô admirando as belas colinas toscanas; especula-se que são as mesmas pintadas por Leonardo ao fundo da Monalisa, mas eu não achei parecida.
p.s 2 a guria das Filipinas cantarola shimbalaiê... e alguma alma iluminada mostrou funk pra ela. Pobrezinha...

Um comentário:

Fabi disse...

Esse PS 1 foi de chutar o balde... e tu tava indo tão bem!
hahahaha

gostei do txt